apartamento amizade

autores: pedro del guerra e victor gurgel

luminotécnica: ricardo heder

estrutura: fábio oyamada | ft oyamada

acompanhamento de obra: cynthia alencar e mgdg arquitetos

local: recife, pe

área: 72 m²

projeto: 2016

obra: 2017-2018

fotos: rafaela netto

O obra do Apartamento Amizade é uma intervenção em um apartamento de um edifício construído nos anos 60 no bairro das Graças, em Recife. A lâmina de gabarito baixo – térreo mais 3 andares – e orientação nordeste-sudoeste foi erguida através de uma bandeja de concreto e pilotis, deixando seu térreo livre. Do primeiro ao terceiro andar, o edifício é constituído de paredes de alvenaria portante.

 

Os clientes, um casal sem filhos, tinham como premissas, entre outras coisas: a criação de escritórios separados para ambos, um closet para que os diferentes horários de despertar deixassem de ser um incômodo para o parceiro e especial atenção à dinâmica de uso e conservação do apartamento, já que pretendiam prescindir a contratação de empregados domésticos.

 

O projeto buscou viabilizar uma obra de baixo custo equacionando a difícil relação entre a restrição para demolição de grandes vãos da alvenaria portante e a grande integração dos espaços solicitada pelos clientes. Propôs-se um longo móvel contínuo, formado por duas linhas de armários “encaixadas” entre os vãos deixados pela demolição criteriosa das paredes. Este objeto trata de organizar todo o programa da residência, criando espaços de naturezas distintas. O corredor central, espinha dorsal da casa, além de servir como closet, dá acesso aos quartos e banheiros.

 

Em casos especiais, propôs-se um reforço metálico através de “sanduíche” de chapas metálicas parafusadas à alvenaria, solução de baixo custo e fácil execução, possibilitando sala e cozinha mais amplas.

 

O móvel foi dimensionado com altura de 2,10m, o que permitiu a criação de caixilhos altos em diversos pontos chave para a obtenção de ventilação cruzada e iluminação natural em todos os ambientes, usufruindo ainda mais da condição do edifício laminar.

A escolha dos materiais buscou dialogar com a tradição construtiva do local e garantir conforto no clima tropical. Além do piso de tacos de madeira preservado, foram escolhidos ladrilhos hidráulicos lisos – com produção artesanal na cidade de Olinda – e utilizou-se compensado naval de pinus e fórmicas coloridas em planos em que esta se fazia necessária.

 

Em complemento ao mobiliário fixo, foram desenvolvidos desenhos especiais para móveis em vários ambientes da casa: cama, mesas de cabeceira, mesa de jantar, bancos e caixas arquivo, em madeira maciça e compensado naval com fórmica.